Em matéria recente exibida recentemente no jornal (Rede Globo – Jornal do Meio Dia), constatou-se a informação de que, no Brasil, mais de 200 agressões contra crianças e adolescentes são registadas por dia. Trata-se de um número alarmante, sinalizando que uma das fases mais importantes do desenvolvimento humano, a infância, está marcada pela violência. A análise foi feita pela Sociedade Brasileira de Pediatria, que vem acompanhando os índices citados desde 2009.
Para além da preocupação que os números causam, outra característica dessas agressões preocupam ainda mais: a maioria das violência ocorrem no ambiente doméstico, dentro de casa, envolvendo familiares. A vulnerabilidade das crianças e adolescentes fica ainda maior e apesar de muitos casos virem à tona, tantos outros ainda encontram o silêncio e a impunidade, tornando-se mais comum do que deveria ser.
Sobre as agressões, elas são caracterizadas como físicas, psicológicas ou torturas e apenas 13% das vitimas são encaminhadas para atendimento hospitalar. Ainda sobre a análise de dados, percebe-se, infelizmente, um aumento consistente nos casos. No início da pesquisa, em 2009, foram notificados 13.888 casos de agressão contra criança e adolescente no Brasil ao longo do ano. Já em 2017, o número aumentou para 85.293.
As conseqüências de uma convivência hostil, minada por violência doméstica, praticadas por figuras que deveriam ser porto seguro de estabilidade e afeto para essas crianças e adolescentes vão além das marcas e cicatrizes do momento. O abuso afeta o desenvolvimento psíquico, gerando distúrbios comportamentais que seguirão por demais fases da vida.
É urgente percebermos a violência como um problema de toda a sociedade, não apenas da vítima e agressor. Denunciar, ficar em alerta e proteger pessoas em vulnerabilidade torna-se um papel humano de cada um de nós.