As oficinas reuniram técnicos dos diversos setores da administração pública da cidade
no salão nobre do Paço Municipal / Foto: Prefeitura de Pelotas
Na última quinta e sexta-feira (03 e 04), o município de Pelotas, no Rio Grande do Sul, reuniu representantes de mais de 20 secretarias municipais em oficinas de Planejamento Estratégico do Plano Municipal pela Primeira Infância (PMPI) pelotense. O evento recebeu os servidores no Paço Municipal em uma realização conjunta entre a Prefeitura de Pelotas, o Comitê Intersetorial pela Primeira Infância de Pelotas e o Instituto da Infância – IFAN.
O objetivo da programação foi apoiar os diferentes órgãos da Prefeitura a construírem de maneira colaborativa e intersetorial um Plano de Estado que oriente políticas públicas para o desenvolvimento integral das crianças de 0 a 6 anos da cidade ao longo de uma década.
As oficinas foram facilitadas pela Pacto Organizações Regenerativas, parceira do IFAN na caminhada pela construção de PMPIs em municípios da Rede Urban95. As atividades também contaram com o apoio da equipe do IFAN, Neilza Buarque, consultora do Projeto Planos Primeira Infância, e Luzia Laffite, coordenadora geral do Projeto e superintendente executiva do Instituto.
A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB) abriu os trabalhos na quinta-feira (03) com discurso sobre a expectativa da atual gestão com a consolidação de políticas públicas para a população na referida faixa etária. “Se a gente pode proteger as crianças, criar condições pra que elas se desenvolvam com criatividade, com estímulos, com segurança, nós criaremos adultos mais capazes de se realizarem e serem capazes de contribuir com o mundo”, argumentou.
No primeiro dia de atividades, os servidores listaram princípios e valores do PMPI, identificaram desafios de cada área temática (educação, saúde, cultura, urbanismo, entre outras), e por fim traçaram estratégias para todas elas.
Na sexta-feira, a missão foi levantar as metas que o município espera ter concretizado ao fim dos dez anos de vigência do Plano. As metas também funcionam como norteadoras na implementação das ações previstas pelo documento. À tarde, o grupo refletiu sobre as dinâmicas de interação e colaboração possíveis entre os diferentes setores da Prefeitura a fim de garantir que a execução das políticas para as crianças pelotenses seja intersetorial dentro da governança do município.
No encontro, Luzia Laffite reforçou a necessidade de o grupo conceber um Plano qualificado e exequível, que carregue o “DNA de Pelotas”, atendendo a todas as infâncias, sejam elas urbanas ou rurais. Para ela, “o encontro presencial foi muito promissor, ofereceu a possibilidade das pessoas se colocarem mais, refletirem mais. Isso resultou em bastante inovação e estratégias realmente voltadas para a primeira infância”.
Jacqueline Dutra, coordenadora do Programa Primeira Infância Melhor/Programa Criança Feliz (PIM/PCF) em Pelotas e do Comitê Intersetorial pela Primeira Infância do município, considerou a qualidade dos profissionais que participaram das oficinas uma influência direta nos resultados obtidos. “As pessoas foram muito bem escolhidas pela Prefeitura para contribuir em seu máximo. São profissionais de ponta, extremamente competentes, e isso faz toda diferença no produto que está sendo entregue em cada etapa”, explicou.
Eixos estratégicos e seus desafios
As 20 secretarias representadas nesta etapa – entre elas Saúde (SMS), Educação e Desporto (SMED), Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana (SGCMU), Assistência Social (SAS), Desenvolvimento Rural (SDR), e outras – organizaram o PMPI em cinco eixos estratégicos: Educação e Parentalidade; Integralidade à saúde e nutrição; Segurança, prevenção e proteção social; Estrutura, planejamento e desenvolvimento qualificado; e Governança e Comunicação.
Carmem Rosane da Silva coordena a Rede Materno Infantojuvenil (Remi) da cidade e esteve no grupo de trabalho que se dedicou ao segundo eixo. Ela diz acreditar que um dos maiores desafios à Saúde de Pelotas é garantir o acesso da totalidade de crianças pequenas e gestantes aos serviços de saúde. “Principalmente no período em que estamos vivendo, pois há insuficiência de profissionais para atender a demanda. Precisamos dispor de equipes completas para prestar a assistência adequada”, enfatizou.
Na opinião da técnica, as oficinas foram uma oportunidade para ampliar horizontes. “Nós saímos das nossas ‘caixinhas’ e pensamos na criança como um todo. Foi uma construção conjunta a partir de uma metodologia ativa que conseguiu nos mostrar de forma clara o perfil do município e o que realmente estamos precisando”, completou.
No encerramento das oficinas, Jacqueline Dutra fez um apelo aos técnicos: “Não deixem a peteca cair. Não esqueçam esse momento e os momentos que teremos pela frente, pois as nossas crianças precisam da ajuda de todos, e cada um que esteve aqui tem importância dentro desse processo”.
O trabalho entre o Comitê Intersetorial da Primeira Infância de Pelotas e o IFAN continua até abril, quando é esperado que o Plano Municipal da Primeira Infância esteja aprovado pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente local, pela Câmara Municipal de Pelotas e sancionado pela prefeita.
GALERIA DE IMAGENS
(registros de Neilza Buarque)